Publicidade ou amor próprio? A Publicidade tem convergido para uma posição de introspecção egocêntrica, não buscar soluções mas ficar centrada em si mesma.
Publicidade ou amor próprio?
Sergio Zyman, que já foi CEO da Coca-Cola, na obra The end of advertising as we know it!, aponta esta mesma tendência …
“As agências de publicidade, em vez de se concentrarem nos consumidores dos seus clientes, apaixonaram-se por si mesmas.
E em vez de tentarem ajudar os clientes a aumentar as vendas, esconderam-se atrás da sua criatividade;
Portanto, cobrindo-se de prêmios, que acabam por ser mais obras de arte do que obras de comunicação.”
O mesmo alerta já tinha sido dado muito antes por David Ogilvy, no seu livro autobiográfico, Confessions of an advertising man.
Ao descrever a 8ª regra para construir anúncios eficazes afirma:
“Deve-se resistir à tentação de escrever o tipo de texto que ganha prêmios.
Fico muito agradecido quando ganho um prêmio.
Mas a maior parte das campanhas que produzem resultados nunca obtêm prêmios.
Porque, não atraem a atenção dos artistas”.
Publicidade é espetáculo?
Uma outra constatação interessante.
Hoje a publicidade converteu-se num espetáculo.
Portanto, existe mesmo um consumo cultural ou de entretenimento dos anúncios, afinal publicidade ou amor próprio praticado?
A Zyman Marketing Group fez uma análise exaustiva das qualidades em comum dos anúncios que ganham prêmios.
Então, chegou à conclusão de que 84% dos premiados entre 1999 e 2001, incorporavam o humor ou a sátira mas apenas 22% incitavam à ação.
Esta tendência para olhar a publicidade como entretenimento pode ser também exemplarmente comprovada nas grades televisivas de muitos países.
Por isso, há programas centrados na exibição de anúncios …
Como o “Imagens de marca” na SIC Notícias.
O “1000 Imagens” em reposição no RTP Memória.
Ou, “Anúncios de Graça”, apresentado pelo publicitário Edson Athaíde, que foi exibido no Canal1.
O público e muitos profissionais valorizam algo que não é senão um instrumento de marketing ao serviço de uma organização …
Como se fosse um verdadeiro produto cultural.
Não será por acaso que Cannes é palco de um festival de cinema e também, desde 1954, um dos mais importantes Festival internacional de publicidade?
O equilíbrio criatividade/eficácia é uma questão interessante que nunca se desligou da publicidade ao longo da sua história.
Por exemplo, não é um fenômeno novo, já nos anos 20, a publicidade queria ser o mais artística possível…
Isso e comprovado por cartazes de Toulouse-Lautrec, Chéret, Mucha e muitos outros artistas.
Mas o mercado do início do século XX era completamente diferente do mercado atual.
Por isso, a verdadeira questão, a que porventura deveria preocupar os anunciantes qual deveria ser?
A publicidade perdeu o seu propósito funcional transformando-se em arte?
Então, qual é o verdadeiro papel e peso a atribuir-lhe nas estratégias de marketing e de comunicação?
Continua …
Autor: Erivaldo Ribeiro
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